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quinta-feira, abril 28

5 de Março.


"While my guitar gently weeps". Estou a te escrever.

Ontem o dia foi longo. Não deu para sentar em uma pedra na beira do mar, ou embaixo da sombra de alguma árvore para ler, nem mesmo ir ao cinema. O dia foi longo, durou mais do que os dias anteriores e isso foi bastante diferente. Significa que me preocupei em sentir a respiração para ver se continuava ou de contar os passos na rua para ver se o sol não me pegava tão rápido nas costas. Uns pensamentos que ficam se movimentando e de repente paralisam o tempo. Duro mesmo foi o momento de pensar no tempo, o porquê ele é dinâmico, qual o motivo de acrescer os desafios e trazer cada vez mais a responsabilidade de se cuidar sozinho. No fundo é tudo fruto de muito medo. O medo alonga o dia.

Em verdade, estava querendo dizer que há os dias e eles devem ser bem vividos.

Ontem também foi um dia que pensei bastante. E pensamentos são sempre um mistério, a gente começa com algo que nos chama atenção mas nunca sabe mesmo onde vai parar. Ah! Esses pensamentos que não superam as sensações. Sempre acho que vou ter respostas e as dúvidas aumentam cada vez que algum conceito vai se firmando. Como pré-conceito talvez, mas como algo sedimentado. Eu não acho lógico a idéia de que não teremos certezas, mesmo entendendo que só vivemos mesmo pelas perguntas que nos movimentam. Talvez por isso não consiga abandonar o acho quando as frases saem de forma afirmativa.

Eu tenho saudades, preciso falar mais vezes com você, te mostrar tantas coisas.
Te cuida, te cuida bem.
Te beijo.

Da sempre sua, K.

domingo, abril 17

Chovia, fazia frio. Mantos negros circulavam em volta da floresta. Alguma coisa tinha sido perdida. Fora roubado. Onde estava? Onde? Gritos. Loucos, rebeldes. Onde estava o quê? O que tinha sido roubado? Não parecia algo tão absurdamente valioso para todos os cavalheiros do rei saírem a sua procura em uma noite como aquela. Onde estava? Onde? Perguntas, mais silêncio. Correria. Barulho, silêncio. E tudo escureceu. A boneca do rei estava de volta ao seu lugar. Por enquanto.

sábado, abril 16


''Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. (...) Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças."

(Fabrício Carpinejar)

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Depois de uma calma discussão, trocaram olhares profundos... Eles sabiam que era uma despedida, reconheciam a imensa perda que estava por vir: uma linda história de amor sendo debulhada aos poucos. A coragem de deixar tudo para trás mesmo depois de terem lutado tanto para permanecerem juntos. Porém, a vida é feita de escolhas e, infelizmente, não podemos acertar sempre, fazemos o que parece ser melhor em determinadas horas sem pensar nas consequências, e elas podem mudar o rumo de algo que era tão certo. Ele pediu para que ela o acompanhasse até a porta, deram o último abraço - talvez o mais forte - trocaram as últimas palavras de carinho e ela fechou a porta. Nesse momento, um flash back de grandes momentos veio atormentar a mente dela, por um instante, chegou a pensar se tinha feito realmente o que era certo... Acreditou que sim! Só que mesmo que tivesse arrependida, ela não voltaria atrás porque é uma mulher de palavra, com uma pitada de orgulho, um tanto que exigente e bem racional. Agora ela só deseja que ele esteja bem, coisa que ela não estava.

quarta-feira, abril 13


"Mas eu sou uma chata que parece viver com medo de dizer as coisas claramente.Isso me lembra um personagem de Proust que era tão delicado, mas tão delicado, que para agradecer uma garrafa de caixas de vinho que recebera em presente em vez de agradecer simplesmente – achava mais “fino” falar em garrafas, ou falar de um modo geral de “vizinhos simpáticos” (fora um vizinho que lhe dera o presente) – de modo que o tal vizinho nunca entendeu que estavam agradecendo o vinho..."

(Clarice Lispector)