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terça-feira, outubro 11

Seguimos cansados, seguimos fingindo.

Rimos com a intenção de nos perdemos do choro, de nos perdemos em gargalhadas falsas para massagear nosso coração no momento em que nos angustiamos. Queremos esquecer do que não esquecemos nunca, nem se quer por um segundo. Páramos, amarramos os sapatos, em alguns momentos o tiramos do pé para sentir o chão. Chão, lugar onde deveriamos caminhar. Nos acomodamos, sonhamos e então flutuamos. Voar é muito mais gostoso, muito mais leve. Cansamos então de fingir. Desistimos porque sabemos que a melhor solução não é essa. Mas também não é a pior. Talvez pior seja estar na pior, pensando no pior. Não sabemos ver os lados positivos das coisas, mas como podemos ser positivos sem o sinal de '+' ao nosso lado?

terça-feira, julho 19

Ela, que pinta os próprios dedos com precisão exata, retratando-se em uma tela assim como realmente era: vazia. Cáustico momento em que deixa somente o corpo a mostra, e difunde-se em num paralelo aonde os limites são a sua própria mente. Ele, que recolhe as garrafas de gim espalhadas pelo quarto, observa-a sem ao menos olhar. A conhece tão bem quanto a si mesmo; sabe exatamente para onde ela foi. Um auto-falante solitário conversa com a própria voz, palavras nadando através de ouvidos que não estão mais ali. Abandonado. Não, meu amor, não há nada de errado com o que você vai pagar por. Conte-me o verdadeiro significado de suas palavras vazias, admita que eu não estou errado; você sabe que é exatamente assim que deve ser. O Sol, que chove sobre minha cabeça, hoje é impedido por suas mãos que me prendem ao escuro, ao solitário, ao vazio; á você. Não, meu amor, eu não acredito em você. Oh, Mona Lisa: A mais nova governante da cidade. Quanto mais se faz, mais se ganha. E mais se tem a pagar. Não que não queira juntar-se a mim, somente não tem mais nada a me vender. E como sempre, é um prazer te satisfazer, afinal, tudo que é sólido – como nós – desmancha no ar. E não, meu amor, não há nada de errado com você. Oh, Mona Lisa: Quem foi que cometeu crime tão grave de tirar-lhe o que tinha de mais valioso?

segunda-feira, maio 2

Deixa eu te contar

Achei que jamais seria capaz de sentir aquelas sensações que ele transmitia à mim. As quais trouxe-me de volta a vida. Eram intensas demais. Naquele rapaz, construí meus sonhos - como as crianças constroem em heróis, mas afinal… Ele era o meu até aquele momento. Dei início a auto-ilusão. Eu tive medo, pois sabia que em breve soltaria minha mão, e eu cairia de novo; perderia tudo que trouxe de volta para mim. Tudo que construiu naquele curto tempo que estávamos tão próximos; até mesmo a vida. Não da forma que imaginam. Não como “o fim da vida”. Mas refiro-me de uma forma intensamente dolorosa ao ponto de oculta-la. E voltar para onde eu estava; aquele lugar onde passei século incapaz de poder enxergar uma luz. Algo poderoso o suficiente para me retirar dali. Até tu chegar. Foste minha luz. Mas… Apesar de tudo, entreguei-me. E aconteceu, em um deslize; eu caí. Tudo se apagou.” Disse a pequena garota deitado abaixo de uma árvore seca; morta. As palavras escapavam como um sussurro, de uma forma falhada e quase inaudível. Algumas mechas do cabelo negro caiam sob o rosto pálido enquanto movimentavam-se lerdamente devido aos ventos que entravam em contato com o corpo. Novamente, ela sussurrou. – “E caso ele realmente não venha me tirar daqui; da escuridão - outra vez. Peço que avise-me, talvez eu possa me tornar algo tão intenso quanto uma “luz”, a qual lhe traria proteção. Mas sim, algo desconhecido; oculto. Talvez assim eu estaria perto dele nos momentos de sorrisos ou choros; transmitiria tranquilidade e proteção de uma forma que humano algum seria capaz de entender. Eu estaria ali, mas ele não seria capaz de me enxergar; ouvir ou sentir.” A neve caia sob o corpo da menina, principalmente no rosto pálido; gélido. Ela desejava estar completamente só - ou quase. Não queria ninguém há sua volta. Sem toques ou vozes. Apenas a voz daquele rapaz seria capaz de traze-la de volta, agora. A voz era como uma melodia para a garota. A voz era como uma melodia para a menina. E as últimas palavras dela escapavam de uma forma suave; doce, dos lábios sem cor; ressecados e entreabertos. – “Estarei aqui nesse lugar; paralisada. Perdida no tempo. E a tua espera; para a eternidade caso seja necessário.” Ela fechou as pálpebras vagarosamente, e toda aquela claridade ao seu redor devido a neblina, tornou-se escuridão.“Caso não volte, avise-me. Seja por um sinal, ou aqui, onde estou agora. Venha dizer adeus. Assim, poderei me tornar tua luz. Tua proteção. E o mais importante; lhe salvaria. Não o deixaria cair. Nunca. Mas, ainda é tempo. Tempo de salvar o coração quieto; que bate fracamente no interior da garota.” As mãos trazendo o frágil corpo para seus braços; Acolhendo-a, trazendo proteção & segurança o salvará. Teu beijo o despertará do sono profundo. O pequeno coração dentro da menina seria salvo. Estava morta apenas de fingimento. Tu era o único que poderia salva-la – novamente. Ainda é tempo. Desperte-a. Trazendo de volta para sua vida.