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quarta-feira, outubro 14

estranho.

ele nunca me contou como realmente se chamava, mais todos o conhecia como Keelp, já imaginei milhares de nomes com esse prefixo, mas sinto que não cheguei perto da realidade. a realidade, essa é a palavra que andei procurando, a palavra que andou se escondendo. Keelp nunca conheceu realmente a realidade, sempre teve um mundo paralelo, e se sentia feliz assim, então nós meros suditos de sua beleza, tinhamos medo de discordar, afinal ele sabia o que dizia, se não sabia enganava sem qualquer falha! ele me fez acreditar que um olhar tinha muito mais a contar que um livro, é por isso que eu sempre disse que ele tinha talento, mas ninguem nunca acreditou em mim, nem ele. não me lembro ao certo como o conheci, eu sempre o via passar por aqui, ele atraia todos os olhares inclusive o meu. ele visitava minha mente todos as noites e trazia com ele, um pouco de insonia. minha mãe não gostava que tocasse em seu nome, eu sabia que ela temia Keelp e isso ao invez de me afastar, subtamente me intrigou, me interessou e me aproximou. quando vi, já estava ao papos com Keelp, os assuntos surgiam de toda parte, da descida do morro da esquina, do ultimo degrau da escada, do banco da praça, ele me contava as coisas mas me escondia outras mas o divertido com certeza ira imaginar o que ele escondia, seus mistérios me deixavam mais presa do que no ultimo capitulo da novela, ele tinha poder sobre mim, sua beleza me indagava, seu sorriso me enfeitiçava, e eu só tinha vontade de ficar ouvindo-o. aprendi muita coisa com esse jovem homem, ele tinha mais experiência do que a maioria das pessoas que convivi ate então, eu podia sentir isso. essa intensa amizade não durou muito, você sabe como são vizinhos. desde então só o vejo pela janela, sair todas as noites antes das onze, é hora marcada, compromisso para mim. ver Keelp sumir na esquina da rua, ainda é um mistério, para mim seu destino, e agora para você também!

terça-feira, outubro 6

e sempre bom.

Dias de fossa são inevitáveis. Você ouve músicas vou-cortar-os-pulsos e não acredita no futuro da humanidade. Mais eis que surge uma criatura abençoada e traz uma trufa que parece ser a salvação. Ou então te dá um abraço, que é todo o amor do mundo reunido em um instante. Ou o celular toca e é aquela pessoa de quem você morre de saudades, mas, por orgulho, não liga. Ou um torpedo que diz um ‘eu te amo’ que você já sabia e, por um instante, se sente a mais alegre e tola dos mortais por ter se esquecido de algo tão importante. Ou tem um querido lá, do seu lado, só pra mostrar que podia estar matando e roubando, mas preferiu ficar contigo pra tudo e qualquer coisa. Enfim, tudo aquilo que me arranque um sorriso sincero já me deixa bem. Seja alo do momento, seja algo planejado não importa: há alguém que quer me ver contente. E só o fato de saber disso já me deixa muito feliz ! :)

segunda-feira, outubro 5

és parte ainda do que me faz forte.

Eu não consigo entender porque o medo está sempre à frente de todas as emoções e sentimentos. Eu não consigo. A impressão que eu tenho é a de que ele teve medo de ser feliz. Não consigo achar outra explicação mais convincente que essa.
Em um dia ele era aquele menino eufórico, que conseguiu fazer com que eu me sentisse a menina mais linda do mundo, e no outro ele era frio, como se eu não fosse nada daquilo que ele havia me dito, e parece que aquilo era uma maneira de se proteger de tudo que nem sequer chegou a acontecer. Eu paro para pensar todos os segundos e fico completamente assustada com a personalidade que ele tem, é complexa demais. Eu só queria que ele soubesse o quanto que ele é incrível. Eu cheguei à conclusão que ele tem medo de se entregar, de se expor e de se arriscar a viver algo. Ele prefere o controle de uma situação fácil de lidar do que uma experiência onde ele vá perder o controle de toda a situação. Ele prefere o conformismo do “certo” (mesmo que o certo não seja o que ele queira.) do que a possibilidade do duvidoso (mesmo que o duvidoso seja o que ele queira, e por ele querer, é o certo, mas ele não vê isso.)
Ele tem medo do amor, isso é outra coisa que eu cheguei à conclusão, e se ele tem medo do amor é porque ele tem medo de ser vulnerável, parecer romântico demais, perder o jogo para o coração e esquecer onde fica a razão. E por isso ele prefere não confiar, não arriscar e não tentar. E os possíveis momentos de felicidade que nós poderíamos ter vivido escorrem entre os dedos, como água. É horrível a sensação de olhar algo e pensar que está sendo desperdiçado, e é assim que eu me sinto quando penso nele: que tem alguém atrás daquela máscara que está sumindo e sendo trocado pelo alguém que está por cima da máscara. Mas tem tantos momentos em que ele me dá aquela chance de espiar atrás da máscara e logo depois a coloca de novo, só para eu pensar que aquilo não existiu ou que era apenas coisa da minha cabeça. Pena que ele não consegue, eu me lembro de tudo o que ele disse e tenho certeza que eu não imaginei as coisas diferentes e ele realmente disse as coisas do jeito que as tenho em mente. Diante de tudo isso que nós passamos todos os dias, todas as mudanças de humor dele, diante de tudo isso, eu tenho vontade apenas da sinceridade dele, dele me dizer o que ele sente por mim de verdade, sem nenhum medo. Eu queria que ele dissesse a verdade, sem falar o que eu gostaria de ouvir e sim o que ele gostaria de dizer. Eu gostaria de entender por que ele me fez acreditar em algo que ele não acreditava que pudesse dar certo. Não falo isso com raiva ou vontade de brigar com ele, mas eu gostaria que ele respeitasse o que eu sempre quiz quando “a nossa relação” começou: não brincar com meus sentimentos.
Se eu escrevo isso, é porque eu nunca me conformei em ter te perdido (antes mesmo de ter te tido). Só que eu não sou capaz de fazer o seu papel nessa história, cabe a você entender o que você sente, eu não consigo amar e pensar por nós dois, me desculpe. E eu acho graça de como você foi capaz de fazer com que eu me apaixonasse por você e ainda por cima admitir isso para você para logo depois você sair do jogo. Era como se eu e você estivéssemos em um porto, você gritava de dentro do barco “entra, entra, amor!” e quando eu resolvi entrar, nós fomos remando até não muito longe dali, e quando eu olhei para o lado você não estava mais no barco, você havia pulado e me deixado sozinha com um gravador com a sua voz, me fazendo pensar que você ainda estava comigo e agora eu já não poderia remar de volta porque aquele barco só poderia ser remado a dois. Eu nunca vou modificar nada do que eu te disse e nada que eu te disse foi mentira. Eu ainda te amo, e não sei até quando isso vai durar, não sei se você vai perceber o que acontece dentro de você mesmo, não sei se você vai tirar essa máscara.
Mas eu ainda te amo, apesar de tudo, e por mais que isso machuque é exatamente como se canta naquela música da Legião Urbana: “és parte ainda do que me faz forte, e pra ser honesto só um pouquinho infeliz.”